Ateliê Marcela Santana

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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Monte

Quisera ser um monte
Que cai aos poucos
Derramando sua areia
Desfazendo as pegadas
Lutando contra o vento

Exposto ao sol
Como se à mentira
Distante do mar
Como se da verdade
Perto do céu
Como se da morte

Pequeno entre as montanhas
Grande entre os arbustos
 Misterioso como alguém
Suave como água
Lento como o tempo
Vazio como a solidão
Disperso como o sono

Vivo

Esclarecimentos



     Às vezes vocês me pedem para contar histórias do meu trabalho. Aquelas histórias engraçadas do acampamento militar ou do curso de formação ou outra semelhante que todos os militares têm muitas para contar. Acontece que eu não vou contar. Lembro-me de um dia que vocês só fizeram perguntas relacionadas a isso. Eu não respondi, fui fático a todas. Soou como se eu não quisesse conversar com vocês, eu senti isso. Soou como se eu estivesse desinteressado em vocês. Eu estava realmente desinteressado no assunto. Queria falar sobre outras coisas. Tentei mudar de assunto, mas vocês sempre voltavam a bater na mesma tecla.
     Entendam. Eu não sou militar. Eu ESTOU militar. Foi uma escolha que eu tive de fazer diante de certas circunstâncias de um momento e estou dançando segundo as regras do militarismo. Não me alegro em ficar me lembrando disso quando estou de férias. Então peço que quando formos conversar, quando nos encontrarmos novamente, peçam tudo, perguntem sobre tudo. Vamos falar de música, vamos falar de praias, restaurantes, viagens, estudo. Mas não vamos falar de tráfego aéreo nem de ambiente militar, por favor. Eu não vou corresponder a esta sua expectativa caso você tente.
     Espero ter esclarecido aquele dia.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Recomeçar



     Sei que às vezes pareço drástico e dramático nos meus textos. Só estou correndo atrás do que eu sinto que perdi em algum momento passado. Todos mudamos. Eu mudei e vocês mudaram. Os sentimentos ficam. Os meus ficaram. O sentimento de amizade não é mais o mesmo com alguns. Digo isso, porque eles mesmos me admitiram um dia. Mas acho que já passou da hora de retomar, de reconstruirmos. Para isso, temos que esquecer as diferenças do passado. Tirem aquela imagem de menino problemático que vai fazer vocês passarem vergonha. Ou de menino frágil que vai fazer alguma besteira dependendo dos fatos. Eu não vou tentar me matar nem tentar matar um outro alguém. Eu não vou gritar desesperado, dar escândalos. Não! Não vou mais destruir meus CDs, quadrinhos e posters. Não vou rasgar minhas cartas de Magic. Pára. Isso não existe mais. Eu cresci, eu amadureci. Eu sobrevivi àquilo tudo. Eu não sou mais cristão. Dá para perceber o tamanho das mudanças? Sou um pai de família. Tenho um trabalho. Já viajei muito o Brasil inteiro. Conheci muita gente. Já vi muita coisa boa e ruim. Tenho só trinta anos, mas já tive muitas experiências importantes. Terei outras mais. Espero que bem melhores. Se forem ruins também, que venham. Estou pronto!
     E agora, vamos tentar? Vamos acabar com a formalidade? Chega de "oi, tudo bom?" Vamos nos reencontrar? Vamos começar uma coisa nova? Não se precisa esquecer do passado. Vamos rir disso tudo. É um convite diretamente a você. Não vou citar seu nome aqui, porque não é necessário. Mas o convite está feito.

Bons momentos



     Eu entrei no blog para outra postagem e fiquei surpreso. Tive alguns bons frutos resultado de minhas insistências no blog. Mas voltando ao meu post, ontem eu pensei que tenho falado muito de lamúrias e coisas ruins que me aconteceram, como perdas e falta de retornos. Agora, é momento sim de relembrar o passado, mas de coisas boas, momentos bons. A vida não é só dor, não é só sofrimento. Tive muito mais alegrias e muito mais momentos bons com meus grandes amigos de Natal. Acho que esta é a melhor forma de reconquistá-los: falar deles, mas as coisas que me fizeram bem.
     Antigamente, até a quinta série, eu não conhecia o sentido real da palavra amizade. Até tinha amigos, mas eu era desvirtuado. Minhas companhias eram para brigar. Eu me juntava com dois outros colegas e procurava um alvo para brigar na escola. Mas éramos justos. Sempre um contra um. Nunca ficávamos três contra um. E nunca batíamos em quem era menor. Nunca mesmo. Acho que estou procurando ver valores nas atrocidades que eu fazia. Não há qualidade nenhuma nesse meu passado...
     Eu sempre sonhava em ter um melhor amigo. Aquele em quem eu pudesse confiar. Aquele a quem eu pudesse contar tudo e que participasse em tudo da minha vida. Aquele que iria ser o padrinho dos meus filhos. Enfim, essa era minha ilusão. Mas aí foi bem pior. Eu não tive um melhor amigo. Eu tive muitos. Muitos mesmo. A ponto de não conseguir compará-los por eles serem muito diferentes e todos igualmente amigos. Então conheci meu primeiro melhor amigo. O melhor dos melhores.
     Na sexta série mudei de escola (a outra não me queria mais) e conheci alguns elementos que me fizeram conhecer o significado da palavra amizade. Conheci Coli e Ricardo. Conheci Master. Conheci mais gente, mas estes foram os que eu iria manter uma amizade até hoje. Coli e Ricardo me ensinaram cidadania. Quero agradecê-los aqui por me ensinarem o sentido de estudar, o porquê da busca do aprender. Quero agradecê-los por termos feito trabalhos em grupo por morarmos perto. Se isso é destino? Não sei. Mas foi através de vocês que conheci o RPG e o Magic. Através de vocês que gostei mais ainda de inglês. Através de vocês conheci Pablo.
     Na oitava série conheci Daniel San. Ali aprendi a força de se ter fé. Acreditei em muitas coisas que não acredito mais hoje. Ou até acredito, mas não da mesma forma. Não associo mais minhas crenças à fé. Neste mesmo ano foi quando mudei de clube de natação só para ficar com meus amigos.
     Na natação conheci mais outros: Pablo e Jotalu. Jotalu se mudou para outra cidade pouco depois. Minha amizade com Pablo ficou muito grande. Ele me trouxe bons momentos também. Através dele, conheci novos grupos musicais. Conheci um pouco do morro de Mãe Luíza, conheci Petrópolis e o Tirol. Através dele, conheci Iury, um grande músico que na época era só uma criança de nove nove anos que nem imaginava que ia ficar viciado em música.
     Em Iury conheci o poder da determinação de um ser em busca de seu sonho. Aprendi o que é ter coragem de enfrentar as pessoas que se ama em busca desse sonho. Conheci melhor a ginástica artística. Aprendi sempre coisas boas. Eu o via meio que como um filho. Fazia tudo para evitar traumas no seu crescimento. Pena que não consegui.
     No primeiro ano, conheci Tontonzi. Ele estudou comigo. E através dele e Iury conheci bem a capoeira. Conheci melhor o Reggae. O rock, o punk rock.
     No segundo ano conheci Vanessa. Grande irmã. Com ela eu conheci o amor fraterno. O companheirismo. Conheci Curitiba. Conheci a dor e como superá-la. Acho que aí se completou os meus principais amigos. Não vou citar os outros. Claro que há outros tão importantes quanto: Cláudio, Wagner, Liene, Élida, Clístenes, Luiz Corrêa, Gabriela, Cuscuz, Recy, Carol, Deborah, Danny, Carol, Jean, Jeane, Lee... Todos muito importantes. Mas foram menos momentos, por isso que não citarei a importância de cada um. Até porque o post já está enorme.
     Falei, falei e não disse exatamente o que eu queria. Sou péssimo para expressar minhas ideias. Mas pelo menos ficou registrado que de vocês eu sempre me lembro da parte boa. SEMPRE! Por mais que eu me queixe dos problemas, eu quero que vocês saibam que eu sinto falta dos nossos bons momentos. Nossas reuniões de bar. Nossos encontros para tocar violão. Nossas idas aos shows, ao teatro, à praia. Enfim, nossos bons momentos juntos. Até os encontros de Magic, RPG e videogame. Amo todos vocês. Eu sou o que vocês me ajudaram a me construir. Obrigado!
     Agora que vocês sabem que só me fizeram o bem, vamos criar novos momentos juntos a partir de agora. Momentos bons. Vamos fazer do futuro ainda melhor do que o passado. Vamos fazer com que hoje seja melhor que ontem e pior que amanhã. Esse é o meu pedido. Espero que vocês concordem...

domingo, 16 de janeiro de 2011

In Memoria Aeterna Erit Justus. Ab Auditione Mala Non Timebit.



     Trago neste momento a informação de que acabei de receber a notícia do falecimento de minha tia paterna caçula. Amada tia que me chamava de filho por compartilharmos o mesmo tipo sanguíneo: O negativo. Agora tenho uma doadora a menos para me salvar a vida.
     Faz parte do ciclo da vida. Para onde vamos, o que acontece, se deixamos de existir, não sei. Ninguém sabe. Mas a saudade sempre fica. Isto é o que a eternaliza. Talvez as lembranças de seus feitios sejam justamente o que o cristianismo chama de vida eterna. Pois para sempre ficará em nossas lembranças.
     Logo abaixo presto minha homenagem com uma composição de Vivaldi, onde a letra é o título deste post.

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